
por GUETO
DE NY PARA
O BRASIL
DATA PUBLICAÇÃO: 30/04/2022
Entre os anos 1960 e 1970, as cidade de Nova York e Chicago nos EUA enfrentavam uma onda de violência, pobreza, tráfico de drogas e racismo que assolava os bairros periféricos. Nesse contexto de criminalidade, o Hip Hop teve um papel importante para retirar os jovens da rua, que estavam sujeitos a violências de gangues, por meio da música, da dança e da arte. O movimento buscava, pela promoção da cultura, conscientizar, educar, humanizar, promover, instruir e divertir os moradores da periferia, além de reivindicar direitos e o respeito a esse povo.
As rimas que descreviam as condições de vida nos guetos logo se expandiram no mundo por meio da cultura do Hip Hop. No Brasil, o break foi a primeira vertente a chegar, os dançarinos buscavam a diversão e a auto-estima através da dança. A apropriação do cultural nas cidades brasileiras buscava identificação com o protagonismo dos grupos marginalizados e subalternizados na geografia social.
O grafite teve papel na disseminação do Hip Hop no Brasil: as imagens alegres, atrevidas e rebeldes logo começaram a compor o cenário das periferias brasileiras. O Hip Hop no mundo conseguiu ultrapassar o ideal de arte apenas pela estética, pois as imagens traziam consigo questionamentos políticos, como a desigualdade racial (MARTINS, 2013). O rap ou ritmo e poesia, assim como o grafite, também teve importância na difusão do Hip Hop no Brasil. O grupo Racionais MC’s foram pioneiros, as letras abordavam sobre as vivências nas periferias e o descaso político com tais espaços.
Fonte:
FOCHI, Marcos. Hip Hop brasileiro: Tribo urbana ou movimento social? São Paulo: Facom, n.17, p.61-69, 2007.